terça-feira, 2 de junho de 2009

Dignidade não tem preço

Dizem que a ocasião faz o ladrão, o hábito faz o monge e o homem é produto de seu próprio meio. As frases merecem reflexão. Quem está acostumado a transgredir pode pensar que todos os demais ao seu redor também são transgressores. Por outro lado, quem pauta a vida de forma correta, tende a crer que os outros fazem o mesmo.

Para alguns, é motivo de glória puxar o tapete de alguém, enganar o próximo, tirar vantagem em tudo, e se puder, lucrar uma graninha extra "sacaneando" um ou outro. Já para outros, trabalhar honestamente, honrar o nome que carrega, ajudar alguém em apuros, servir aos mais necessitados, e usufruir apenas do dinheiro que ganha suando a camisa, são motivos suficientes para ser absolutamente feliz.

O duro é separar o joio do trigo. É convencer o "malandro" de que se pode (e deve) viver com os próprios meios e de consciência tranquila. Não há dinheiro no mundo que pague a honra e a honestidade. Pensando nisso, duas jornalistas sentaram para conversar. Uma ainda em início de carreira. A outra, quase "pendurando as chuteiras" após 30 anos de luta. Ambas haviam trabalhado numa mesma matéria, numa parceria salutar em que a experiência e a empolgação se misturam.

O resultado foi uma denúncia grave, de que um policial havia se envolvido num caso de furto de caminhão. Até então comentado à "boca pequena" o fato ganhou as ruas e caiu na "boca do povo". E, é claro, provocou indignação. Apesar disso e da gravidade da situação, as autoridades responsáveis pelo esclarecimento do caso não se manifestaram. Um lacônico "estamos investigando" cria uma cortina de fumaça que arde aos olhos dos esperançosos por um mundo justo e melhor.

Não bastasse todo o problema (que ainda aguarda solução), a malandragem de plantão achou por bem arrumar um "bode expiatório" (um não, dois) para justificar a denúncia. Passou a dizer que as duas jornalistas tinham ganho um "bom dinheiro" para publicar a história e que tudo não passa de armação política na briga pela direção de um sindicato.

É, assim fica tudo muito mais simples. Bota a culpa na imprensa e se sai de fininho, sem maiores explicações. Afinal, amanhã surge um novo escândalo e ninguém mais vai lembrar deste, não é mesmo? O que a malandragem não sabe, é que não existe "bom dinheiro" suficiente para comprar dignidade, respeito e confiança. As duas jornalistas sabem muito bem disso. Carreira não se vende e não se coloca em jogo.

Fica o aviso: que venham outros escândalos, que serão igualmente denunciados sem se cobrar nada, apenas a verdade.

Um comentário:

Roberta Vescovi disse...

É isso aí Lobão. Dignidade, honestidade e ética acima de tudo. Denunciar escândalos, desvios em prol ao bem estar da humnanidade. abaixo as injustiças.
bjs