terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A inveja






A inveja é, sem dúvida, o mais antigo sentimento que se tem notícia, depois do amor. Pela inveja o mal entrou no mundo, pela inveja Caim matou Abel*1, pela inveja sofremos diariamente.
Podemos definir a inveja como "desgosto ou pesar pelo bem ou felicidade de outrem, desejo violento de possuir o bem alheio".
Acredito que muitas vezes as pessoas não tem bem definido o que é a inveja, confundindo-a com o desejo de ser feliz tanto quanto o outro o é. Ou seja, ambicionamos conseguir as mesmas coisas de alguém e isto não é inveja, desde que por meios justos trabalhemos para tal, e além de tudo esse desejo é reconhecer em si próprio a capacidade da conquista.
Agora, a inveja é, repetindo, o desejo violento de se possuir o bem alheio, e sempre que há a inveja ela vem acompanhada da maldade.
Ora, se sentimos tristeza pela felicidade alheia, esse sentimento é desprovido de amor, portanto só pode haver ódio, e onde há o ódio há também o mal. Se assim não fosse, a inveja não seria considerada um pecado. Independente da religião, sabemos que a inveja nasce no mal e se torna um vício e fonte de muitos outros males.
E como distinguir a inveja da ambição?
A ambição acompanha os guerreiros, os fortes. Podemos ter objetivos para alcançar algo, no entanto, se não temos a ambição, ou seja, o anseio ardente que nos impulsionará para a realização concreta dos nossos planos, estes não passarão de ilusões.
A ambição é necessária na vida e não podemos nos envergonhar de dizer que a temos. Muitas vezes as pessoas receiam falar que a possuem, com medo de serem chamadas de egoístas ou algo que o valha, justamente pela incompreensão do seu significado.
Diferentemente dos ambiciosos temos os invejosos, que são, em grande parte, gananciosos e neste ponto é que reside toda a confusão, porque a ganância, normalmente nascida da inveja, também é uma ambição, porém, desmedida.

Nenhum comentário: