domingo, 17 de fevereiro de 2013

Partido de Marina Silva promete ser uma “legenda pura”

O novo partido fundado pela ex-senadora Marina Silva, cujo nome será Rede Sustentabilidade, nasce com a promessa de se tornar a primeira “legenda pura” entre as existentes no Brasil. Os articuladores do partido dizem que a ideia é partir de um novo paradigma em que as articulações políticas não tomem como base a troca de cargos ou favores.

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Apesar de já surgir com medidas moralizadoras, a direção do novo partido afirma que não é “nem esquerda”, “nem direta” e admitiu fazer alianças com as chamadas legendas tradicionais, dependendo “do projeto político de cada candidato”. “Se um candidato tiver um projeto semelhante ao nosso, receberá o nosso apoio”, afirmou Marina Silva.

                            
Partido de Marina vai se chamar Rede Sustentabilidade, mas não pretende ser legenda de dissidentes do PV

Na constituição do partido, cujo primeiro estatuto foi aprovado neste sábado durante o lançamento oficial da legenda, foi aprovado que nenhum político “ficha suja” integrará seus quadros. A exceção fica por conta de ativistas sociais eventualmente condenados em segunda instância. A lei da ficha limpa proíbe a candidatura de qualquer pessoa que tenha condenação judicial em órgão colegiado.
A nova legenda também não vai aceitar doações que venham das indústrias de armamentos, alcoólica e de tabaco, de grandes agropecuários, entre outras. Outra medida considerada moralizadora é a inclusão no estatuto de conselhos sociais que vão fiscalizar a legenda. A captação de recursos via grandes empresas foi vetada e os integrantes do Rede Sustentabilidade arcarão as despesas do partido com doações que vão variar de R$ 10 a R$ 90 por mês.
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Existirá também um teto de captação de recursos que vai variar de acordo com cada tipo de candidatura (para deputado federal, por exemplo, o valor será inferior que para presidente da república). Esses tetos somente serão definidos durante o início do processo eleitoral, em executivas nacionais da legenda.
O evento de lançamento do partido foi uma espécie de teste desse modelo. A festa custou aproximadamente R$ 150 mil, pagos pelos seus 250 membros. O valor é semelhante ao que foi gasto na recepção ao novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Mas a festa pró-Barbosa foi capitaneada por entidades de classes como a Associação dos Magistrados Brasileiros (MAB), por exemplo.
Segundo Marina Silva, a ideia de se criar um novo partido é uma “quebra de paradigma”. “Estamos em um processo de desconstrução do monopólio que o partido tem da política”, afirmou Marina. Os fundadores da legenda dizem que 90% dos políticos que procuram abrigo no Rede buscam voltar a exercer política de base e comunitária.
Ao contrário do que se imaginava no início, a nova legenda não é classificada pelos seus membros como uma dissidência do PV, embora toque em questões semelhantes como sustentabilidade e preservação ambiental. Seus líderes afirmam que a formalização do Rede visa a uma discussão que vai além do meio ambiente.
Já existem membros do PV, do PT, do PSDB, do PPS e do PDT interessados em integrar o novo partido. “Estamos alertando a todos que buscam a Rede que antes de pensar em disputar eleições, queremos implementar um novo modelo de fazer política”, defendeu o deputado federal Walter Feldman (PSDB-SP), que integrará o novo partido. “Nós não estamos capitaneando pessoas, todas que estão no partido, nos procuraram”, disse Marina Silva.
No estatuto também estão previstas outras medidas polêmicas como a proibição de um parlamentar concorrer uma eleição após 16 anos de mandato e a exigência de um deputado federal renunciar seu mandato caso ele seja convocado a exercer cargos no poder executivo.
O partido nasce com representantes fortes em pelo menos cinco estados Brasileiros: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas e Maranhão. A intenção é aumentar essa rede e nos próximos três meses conseguir as 500 mil assinaturas necessárias para a obtenção do registro junto à Justiça Eleitoral. O partido precisa passar por todo o processo de formalização até setembro para disputar as eleições de 2014. A própria Marina Silva admite que pode ser candidata a presidenta da república pela nova legenda.
           

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