quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Pena de morte - eu sou favorável

Há quem defenda a realização de um plebiscito para a implantação da pena de morte. E eu estou seguramente nessa. Aprecio tudo quanto é consulta popular. Sou favorável - assumo - à pena de morte em alguns casos. Político ladrão, por exemplo. Olha, o sujeito ter o despudor de surrupiar dinheiro público, sem perdão. Também para autor de seqüestro, ainda que sem morte. Porque quem seqüestra "mata" parte da vítima, da família e dos amigos dela.

Quer saber? Pensando melhor, talvez seja mais doloroso aplicar não a pena capital, mas forçar a pessoa a trabalhar pesado o resto da vida. Botar esse tipo de gente desprezível para suar na enxada plantando o próprio sustento, com algemas nas pernas e com aquelas famosas bolas de ferro pretas, vistas sempre nas ilustrações de Walt Disney. Seria um senhor castigo, capaz de fazer o "freguês" desejar a própria morte. Conforme o crime, seria acrescentado um uniforme xadrez - aquele, usado pelos Irmãos Metralha quando presos - de preferência de lã, e deixá-lo sob o sol escaldante em alguma região inóspita do Nordeste desse País.

Estamos perdendo a capacidade de gerar anticorpos para dar respostas imediatas às diversas formas de criminalidade. Já nos afastamos das possibilidades de prevenir essa doença que está destruindo o tecido social. Precisamos de remédios fortes. Estamos restritos às reações instintivas, pontuais, emocionais, que aceleram o medo, não mitigam a dor e muito menos nos permitem responder a estímulos imunogênicos pelos quais toda a Nação clama.

Por quê? Simplesmente porque estamos pagando agora pela omissão do Estado, durante décadas, num dos campos mais nevrálgicos de suas atribuições fundamentais: a segurança pública. No Brasil, já existe a mais injusta e cruel pena de morte, porque castiga, sem julgamento, pessoas inocentes, vítimas da violência, das balas perdidas, mas principalmente da fome a que são submetidas por culpa dos maus governantes, que incluem os desonestos. Cá entre nós. Podem até achar que estou sendo duro, mas merecem ainda a pena capital, ou o trabalho bruto na enxada, dirigentes públicos que pagam juros extorsivos aos agiotas à custa do sacrifício popular.

Sobre o caso do sequestro que terminou em morte em Santo André, se discute de tudo. Uns culpam a imprensa - outros a Polícia, e tem aqueles que acreditam que o comandante dessa operação, percebendo que passaria o final de semana olhando para a cara do Lindemberg, e isso comprometeria sua pescaria, resolveu ordenar essa invasão precipitada. Só não comentam sobre qual punição deveria ser dada a esse moleque desqualificado.

Geralmente, quando acontece casos assim, que chocam, todos se levantam e pedem a pena de morte. Depois, esquecem. Está na cara: o Brasil apodrece. Quem lhe olha a casca não percebe o verme que o corrói por dentro. Pouco importa a economia, a política - é a alma do País que apodrece.

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