quinta-feira, 10 de setembro de 2009

A verdade

Nunca se consegue agradar a todos. Nem Jesus Cristo conseguiu, pois apesar de pregar o bem e o amor ao próximo, o coitado foi crucificado. Imagine então
se pobres mortais radialistas e jornalistas iriam conseguir agradar gregos e troianos. Nem pensar! Pense então se iriam conseguir agradar familiares de vítimas e de acusados de um mesmo crime. Jamais!

E o pior, nisso tudo, é que sempre acaba sobrando "culpa" para a imprensa. Se ela investiga demais, está se intrometendo no trabalho da polícia. Se não investiga, chamam de incompetente. Se questiona muito, está causando tumulto. Se não questiona, é burra! Se aponta falhas, é inconveniente; se não aponta, é cúmplice. E pior, se o jornalista quiser esboçar uma opinião, por mais singela que seja e mesmo baseada em fatos apurados, já tentam lhe calar a boca com ameaça de processo ou até mesmo de agressão física.

Durante um bate papo com alunos de Comunicação, quando se discutia a "verdade dos fatos", recordo que alertei que a verdade sempre tem pelo menos três lados, o meu, o teu e o verdadeiro. Para comprovar isso, basta fazer uma enquete simples entre testemunhas de um mesmo acidente de trânsito, daqueles sem vítimas, só com arranhões nos carros. Se dez pessoas tiverem presenciado o acidente, você obterá pelo menos cinco versões diferentes. É incrível como cada um conta o caso de acordo com seu angulo de visão, sua vivência e garante que é a verdade.

O que fazer então? Deveríamos confiar na polícia? Afinal ela é composta por profissionais, pagos pelo povo, para investigar e chegar à verdade real. Só que isso nem sempre acontece. A polícia muitas vezes falha e cabe ao radialista/jornalista cobrar para que não falhe e, se possível, ajudar a corrigir o erro.

Toda esta conversa serve pra comentar qualquer caso que está na ponta da língua de qualquer ouvinte de rádio: um crime qualquer. Quando as coisas começaram a ficar atrapalhadas, pensei cá com as teclas do meu computador: "daqui a pouco vão culpar a imprensa, familiares das vítimas começam a dizer que vão processar jornais, emissoras de TV e de rádio, porque divulgam que havia ocorrido uma "reviravolta" no caso, coisa que eles não admitem. Seu papel foi o de divulgar os fatos, fazer perguntas e buscar respostas, esse é o papel da imprensa.

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