quinta-feira, 30 de julho de 2009

*A família em primeiro lugar *

O administrador Stephen Kanitz, colunista da revista Veja,
> escreveu
> em edição de fevereiro de 2002 mais ou menos o seguinte:
>
> *Há vinte anos presenciei uma cena que modificou radicalmente
> minha
> vida. Foi num almoço com um empresário respeitado e bem mais velho que
> eu.*
>
> *O encontro foi na própria empresa. Ele não tinha tempo para
> almoçar
> com a família em casa, nem com os amigos num restaurante. Os amigos
tinham
> de ir até ele.*
>
> *Seus olhos estavam estranhos. Achei até que vi uma lágrima no
> olho
> esquerdo.* "Bobagem minha", *pensei. Homens não choram,
especialmente na
> frente dos outros.*
>
> *Mas, durante a sobremesa, ele começou a chorar copiosamente.
> Fiquei
> imaginando o que eu poderia ter dito de errado. Supus que ele tivesse se
> lembrado dos impostos pagos no dia.*
>
> "Minha filha vai se casar amanhã",* disse sem jeito,*
"e só agora
> a
> ficha caiu. Percebo que mal a conheci.
>
> Conheço tudo sobre meu negócio, mal conheço minha própria
filha.
> Dediquei todo o tempo à minha empresa e me esqueci de me dedicar à
> família."
>
> *Voltei para casa arrasado. Por meses, me lembrava dessa cena e
> sonhava com ela. Prometi a mim mesmo e a minha esposa que nunca aceitaria
> seguir uma carreira assim.*
>
> *Colocar a família em primeiro lugar não é uma proposição
tão
> aceita
> por aí. Normalmente, a grande discussão é como conciliar família e
> trabalho.
> Será que dá?*
>
> *O cinema americano vive mostrando o clichê do executivo
atarefado
> que não consegue chegar a tempo para a peça de teatro da filha ou ao
> campeonato mirim de seu filho.*
>
> *Ele se atrasou justamente porque tentou conciliar trabalho e
> família. Só que surgiu um imprevisto de última hora, e a cena termina
com
> o
> pai contando uma mentira ou dando uma desculpa esfarrapada.*
>
> *Se tivesse colocado a família em primeiro lugar, esse executivo
> teria chegado a tempo. Teria levado pessoalmente a criança ao evento.*
>
> *Teria dado a ela o suporte psicológico necessário nos momentos
de
> angústia que antecedem um teatro ou um jogo.*
>
> *A questão é justamente essa. Se você, como eu e a grande
maioria
> das pessoas, tem de conciliar família com amigos, trabalho, carreira ou
> política, é imprescindível determinar quem você coloca em primeiro
lugar.*
>
> *Colocar a família em primeiro lugar tem um custo com o qual nem
> todos podem arcar. Implica menos dinheiro, fama e projeção social.*
>
> *Muitos de seus amigos poderão ficar ricos, mais famosos que
você
> e
> um dia olhá-lo com desdém. Nessas horas, o consolo é lembrar um velho
> ditado
> que define bem por que priorizar a família vale a pena:*
>
> *"Nenhum sucesso na vida compensa um fracasso no lar."*
>
> Qual o verdadeiro sucesso de ter um filho drogado por falta de
> atenção, carinho e tempo para ouvi-lo no dia-a-dia?
>
> De que adianta ser um executivo bem-sucedido e depois chorar
> durante
> a sobremesa porque não conheceu sequer a própria filha?
>
> * * *
>
> O lar constitui o cadinho redentor das almas. Merece nosso
> investimento em recursos de afeto, compreensão e boa vontade, a fim de
> dilatar os laços da estima.
>
> Os que compõem o lar são os marcos vivos das primeiras grandes
> responsabilidades do Espírito encarnado.
>
> Assim, acima de todas as contingências de cada dia, compete-nos
> ser
> o cônjuge generoso e o melhor pai, o filho dedicado e o companheiro
> benevolente.
>
> Afinal, na família consangüínea, temos o teste permanente de
> nossas
> relações com toda a Humanidade.

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