quarta-feira, 29 de julho de 2009

O que aconteceu?

Juro que eu quase morri de vergonha. Estava lá, sentadinho no sofá da sala, com o televisor ligado, aguardando o programa de reportagem que iria abordar, com jornalistas da nova geração, o caso que abalou o País e que aconteceu em Curitiba, onde muita gente costuma dizer que é cidade de primeiro mundo. Era o triste episódio do ex-deputado, que encheu a cara de vinho, saiu de quatro do restaurante (antes fosse) até alcançar seu carro possante e passar por cima de dois rapazes que tinham saído do shopping e só queriam chegar às suas casas, sãos e salvos. Infelizmente foram parar no cemitério.

O ex-deputado quebrou a cara (literalmente). Teve que fazer uma porção de cirurgias plásticas pra remendar o rostinho de "piá de prédio" que exibia na Assembleia. O rosto ele remendou, deve voltar a ficar bonito. Difícil mesmo será remendar os corações dos pais, irmãos, parentes e amigos dos rapazes que morreram e que foram às ruas, pedir por Justiça. Ou seja, pedir o óbvio. Pedir que o caso fosse bem apurado, com inteligência, com dignidade, com lealdade e com profissionalismo. Afinal, dizem que em Curitiba também a polícia é de primeiro mundo.

A imprensa fez seu papel. Buscou informações, contou detalhes e alardeou que o ex-deputado já tinha tido até sua habilitação cassada porque estourara os pontos previstos na lei. Assim como outras "excelências da Assembleia Legislativa". Muita gente ficou com o rabinho entre as penas!

Bem, o tal programa iria apresentar os bastidores desta notícia, com repórteres jovens e arrojados. A expectativa era saber que a nossa imprensa iria levar algum furo (pavor de qualquer jornalista); se o pessoal da terrinha tinha esquecido de cobrir algum fato ou apurar algum detalhe.

No entanto, o que se viu foi de embrulhar as tripas. Quando a câmera focou o delegado que cuidava do caso e o microfone lhe foi apontado, ele simplesmente se imbecilizou. Não respondeu nada, não disse nada, não sabia de nada.

E olha que ele é "macaco velho". Ta há um tempão na polícia e há anos na mesma delegacia. Deveria ser um craque na investigação de delitos de trânsito e ter todas as respostas bem na ponta da língua, sem titubear. Deveria explicar o trabalho que estava sendo feito, sinalizar as conclusões, falar dos laudos periciais requisitados, das providências tomadas. Enfim, deveria tranquilizar uma população angustiada que deseja respostas. Mas não, ficou ali gaguejando, tentando fazer de conta que era uma samambaia.

O vexame foi nacional!

E o vídeo com o "mico" corre livre, leve e solto pela internet, para ninguém esquecer.

Uma pena. Realmente uma pena. Gostaria de saber o que travou a língua do delegado, que já foi bem mais "bocudo" e bem mais firme em tempos atrás. Quem o conheceu, não o reconhece...

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