segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mais do Mesmo 3 X 0 Fato Novo

Voltei das férias mais crítico que nunca...

“Mulher você é demais,

E por você me apaixonei
Sua beleza me encantou
xonei, xonei, xonei” ( Pra lá de Bagdá – Vitor Hugo e Daniel ( ??? ))
(*) Acho que no fundo, estes “artistas”, de tão protegidos que são pelas gravadoras, acreditam que, mesmo com uma letra e rima tão pobres, são capazes de ditar novas modas e expressões por aí. É pra se acharem mesmo a última bolacha do pacote.

Olá a todos. E salve-se quem puder.

Aqui em Bento Gonçalves vivemos um período de mudanças. Os seus resultados, porém, cada dono de emissora fará a sua avaliação. Mas, pelas perspectivas, não acrescentará nenhum fato novo que realmente provoque um frisson neste nosso gélido dial.


Muitos têm acreditado no potencial econômico e na capacidade da região em absorver as novidades e diversidades que já existem em outros grandes centros. E, em tempos de crise, investir é mais do que nunca, um exercício de fé e de visão dos negócios com resultados sólidos à médio alcance, algo que parece ainda não atingir o conservador pensamento existente.

Se alguém quiser realmente provocar alguma mudança significativa no radio deverá assumir algumas atitudes:

1 ) Entender que o melhor a fazer é trabalhar o radio e não usar o radio. Mostrar que vale mais à pena conquistar público e mercado, mesmo que isto demande mais esforço e custo, do que apenas aproveitar um canal FM e AM aberto e usufruí-lo para quaisquer outros fins onde a emissora só seria um mero instrumento facilitador.

2 ) Acreditar que o radio é um instrumento de comunicação e com ele pode dar à sociedade conceitos importantes como cultura e democracia. A chave para mexer com o dial local é a diversidade, o oposto da concentração.

O que Bento Gonçalves, ou qualquer outra praça semelhante, ganhará com 3 emissoras ( ou mais ) concentradas em um mesmo público, mesmo sabendo que outros públicos promissores estão ignorados? Quem ganhará com isto? Com certeza aqueles que ajudaram a levantar o “cercado cultural” na região. E privar uma população de conhecer rádios diferentes e atividades culturais diferentes é uma grande covardia.

A região precisa de um “fato novo” que venha a duvidar da atual estrutura do radio FM e AM na região, que hoje nada mais é do que uma cópia deformada do maltratado AM antigo e ruim. E este “fato novo” não virá com a mudança no comando de rádio com padrão semelhante às outras, pra inchar ainda mais a oferta contra uma demanda de consumo reprimida e descartada por empresários do setor e também do entretenimento. Precisamos de uma opção que reflita a evolução da região da Serra, mas que não cometa os erros cometidos pelas demais.

Muitos já me perguntaram se ao emitir os meus comentários, se causaria algum problema no relacionamento com as emissoras. O que posso garantir é que, todo aquele que se propõe a expor as suas opiniões sobre qualquer assunto com seriedade e responsabilidade, merece no mínimo respeito, mesmo daqueles que receberem alguma crítica, pois se isto não for preservado, o que esperar destes à frente de suas emissoras?

Mas o que assusta mesmo, é perceber que a Serra Gaúcha está se tornando um exemplo , mas em grau mais profundo, daquilo que está existindo em outras praças do Brasil: as rádios existindo para alavancar negócios paralelos, estreitar além do limite do bom senso as relações e acordos com certos “artistas”, e " politicos" satisfazer fogueiras de vaidades e reduzir os ouvintes a um único perfil de consumo. Assim é mais fácil vender qualquer conceito ou produto, por mais absurdo que seja, pois sempre contarão com uma tropa de choque preparada para desqualificar qualquer questionamento.

Com isso, cada vez menos encontramos rádios especializadas em se sustentar pela própria competência.

É uma pena, mas continuaremos a esperar este “fato novo” na Serra Gaúcha que, honestamente, é muito mais fácil de acontecer do que se imagina.

Basta ter vontade.


Sobe... Marcelo D2.
“...Grandes planos, paparazzo demais
O que vale é o que você tem e não o que você faz
Celebridade é artista, artista que não faz arte
Lava a mão como Pilatos achando que já fez sua parte ...”
( Trecho da música Desabafo )

Não é à toa que ele consegue, na sua busca pela “batida perfeita”, as misturas que verdadeiramente dão liga, como o samba, o hip-hop, e com aquela pitada visceral dos tempos de Planet Hemp. Mesmo ainda discriminado por alguns conservadores, é menos nocivo do que muitos que tocam livremente e excessivamente por aí...


Desce...
Bandas “Emo” e aquelas que não admitem ser.
... em compensação ...

Taí uma parte da explicação da pouca variedade nas rádios: como pode algo tão chato e depressivo ter recebido o bastão do multifacetado rock ?

Vazios, sem proposta, sem razão, com visuais e discursos inertes ensaiados por produtores e gravadoras, mas com muita vontade de aparecer e faturar a todo custo e levar o seu “nada” com dois acordes, para qualquer canto ou qualquer radio, mesmo que tenham, no caso brasileiro, que bancar os autênticos cordeirinhos atrás de duplas sertanejas, unidos pela mesma limitação temática.

Estas bandas carecem de maior referência musical, identidade e atitude, ingredientes que todo o fã de rock quer ver, para servir de contraponto ao óbvio que está cansado de ver e ouvir por aí. Tornaram-se o produto de uma geração que não aprendeu a ser criativa : comprou tudo feito e embalado.

E ainda querem fingir que odeiam o mundo...

Parem o avião que eu quero descer...

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