terça-feira, 22 de julho de 2008

Radialista não é jornalista e jornalista não é radialista

Curitiba e Serra Gaúcha - Bem gente não sou mais integrante da Rede Mais Nova desde Abril passado, coisas que não se comentam no meio de rádio para o grande público vivem acontecendo sem que os ouvintes sejam, devidamente comunicados, mas depois de quase duas decadas na estrada a gente acaba se acostumando. O mais importante é a consciência de que se fez um bom trabalho, que repercutiu e que você foi reconhecido publicamente por ele. Tanto que mesmo determinado a ir embora do país aqui e acolá recebo telefonemas dos amigos me convidando, ou simplesmente dando informações importantes sobre trabalho, o que me deixa muito feliz. Mas enfim como voces podem ver na foto acima tenho a honra de trabalhar com o pessoal da Rscom, Sp3 e rádio Bento (92,5Mhz) e (1070 am )Na bento am estou trabalhando com o Cláudio Longaray Flain, grande cidadão.
Bom também foi voltar a trabalhar com o Vini,a Sp3 esta com uma visão mais pop.
Uma boa notícia para o rádio curitibano e pra mim, é o retorno do meu amigo Rodrigo Muueler, Nós somos contemporâneos e trabahamos juntos na Clube fm em 1994, Rodrigo retorna pra matar a saudade de muitos jovens profissionais que cresceram ouvindo suas sacadas , Há um prenuncio de mais mudanças no cenário que prometem ser significativas. Mas não dá pra anunciar só aguardar, afinal, fofoca não é o meu forte.



Tá na hora de acabar com o amadorismo!!!

Existem coisas no rádio de Curitiba e Serra Gaúcha, e deve ser assim no resto do sul, que é simplesmente lamentável. Que a maioria das rádios brasileiras estão nas mãos de políticos isso é um fato, mas pior do que o mal uso desse instrumento, é a forma amadora como o veículo vem sendo tratado. Quase não há excessões.

A coisa mais comum é você ver setores estratégicos das emissoras sendo entregues a pessoas não habilitadas. Áreas importantíssimas como programação musical, marketing, promoção, e comercial estão sendo tocadas com negligência.
Esse comportamento dos empresários (ou testas de ferro) é absolutamente prejudicial sob vários pontos de vista. O rádio fica cada vez mais mal feito para prejuizo do ouvintes. Tem coisa pior por exemplo do que você ouvir a mesma programação numa emissora 24 horas por dia?

Para muitos fazer uma programação musical não tem mistério, é só escolher as músicas indiscriminadamente e pronto! na minha primeira reunião em rádio eu ouvi o sujeito responsável pela seleção do locutores da antiga antena um em Curitiba , ensinar criteriosamente como fazer uma programação musical, como lançar uma música, como exclui-la paulatinamente da programação sem choques, como causar supresa nos ouvintes trazendo “flashes” e “mid backs” que ninguém mais ouve. Enfim a primeira lição que aprendi em rádio é que nada acontece ao acaso. Há um critério, há pesquisas, há números que respaldam os programadores. E cá pra nós não há nada melhor do saber o que esta fazendo.

A prova disso é a Rádio Caioba fm (102,3) emissora de linha pop que vem se mantendo em primeiro lugar anos a fio. Ao mesmo tempo em que a Clube, peca na plástica e locução, é a melhor programação musical do gênero, e aí vale os parabéns ao Celso Ribeiro com vários anos de experiência.

A gente sabe que o jabá institucionalizado obriga as emissoras, de certa forma, a sacrificar sua programação durante doze horas diárias, das sete da manhã as sete da noite, quando são fiscalizadas pelas empresas de rádio escuta. Mas o que dizer das outras doze horas em que a programação continua na mesma mediocridade?
Outros casos inadimissíveis são emissoras que tem excelentes produtos não venderem suas cotas de patrocínio por incompetência dos gerentes comerciais, ou ainda uma emissora mal produzida onde os produtos são expostos de maneira equivocada, com textos mediocres, e até erros primários de português. Isso depõe
gravemente contra uma empresa de comunicação. Somos formadores de opinião e não “deformadores”

Esse tipo de coisa é mais comum do que se imagina, e qual o resultado? é uma radio ruim de se ouvir, mal produzida e mal vendida. Não dá pra vencer sem investir. Profissionais especializados nas áreas certas produzem mais, geram lucros e por consequência evitam a absurda rotatividade que se observa no meio. Os empresários não querem pagar melhor e vivem fazendo experiências. Quando não dão certo, e geralmente não dão, trocam as peças que por sua vez mudam os seus subordinados gerando despesas com indenizações e má produtividade, um funcionário novo leva um tempo pra dar os resultados que se esperam dele. É como ocorre com os técnicos de futebol, o time vai mal, por vários motivos , mas sobra para o treinador, o novo chega e solicita reforços ao departamento de futebol. Gerando mais despesas. Até que ele conheça o grupo, e o potencial de cada um dos integrantes do time, leva tempo. Eu já cruzei com muitos empresários de rádio que além de desconhecerem o ramo, serem despreparados, não acreditam num trabalho a médio prazo, querendo resultados milagrosos da noite pro dia. Muitos ainda são extremamente cooptáveis e incapazes de tomar suas próprias decisões. Isso dificulta muito o trabalho que quem realmente quer trabalhar mas não tem talento pra puxar saco.

Aproveitando todo esse papo, quero parabenizar o Celso Ribeiro, ”especialista“ responsavel pela programação da 102,3 FM

O Celso já está acostumado aos primeiros postos do Ibope, não foram poucas as vezes que ele figurou entre os primeiros lugares onde quer que tenha passado. Ja tive a oportunidade de ve-lo trabalhando e sei que ele é criterioso e obstinado. E conhece muito de música. Não é por acaso, a programação da Caioba melhorou sensivelmente, Foi uma bela surpresa!

Parabéns Celso Ribeiro. Sempre torci pela sua ida para a Caioba.


Bem gente finalizo agradecendo aos amigos pela força. Um abraço especial ao Paulo que ficou preocupado com a minha decisão de abandonar a profissão de vez. Obrigado a todos.




Até breve.

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