Em tempos, aquando do grande "boom" do facebook, na loucura de escritas e de algumas brincadeira que nem sempre caiam bem escrevi mais ou menos isto:
"o facebook é como a minha
casa.desorganizada, complicada de gerir e muitas vezes numa confusão saudavel de
risos e conversas que a nada chegam, mas que se vão verbalizando em contextos
desencontrados.
Quem aqui vem que venha por bem,que se gosta
fique e dê ar de graça, que esteja nos risos e nas discussões com dignidade,mas
quem vier por mal, quem vier para não partilhar um pouco de si que vá e não
volte.
Na minha casa entra quem eu quero, quem eu
gosto e quem eu confio.Os outros não passam da porta e não os quero por
aqui.
Na vida todos acabamos por "descarregar" no
facebook,(será mais fácil?) as chatices que nos agridem,as palermices que não
dizemos em voz alta, a cusquice que todos adoramos fazer e a brincadeira que em
momentos de realidade trocamos uns com os outros."
Assim ficou mais ou menos para quem
viesse...
Mas com o tempo fui dando-me conta,numa
ignorância mais ou menos entendida,que os que estavam como gente normal,que
aproveita para se desmembrar dos dias complicados que vai tendo e desabafa como
quem escreve um diário sem pensar,mas sempre esperando uma pequena palavra de
carinho ou um abraço virtual,estavam presentes,ali,sempre que eu precisava e
me entrosava nas memórias e nos desabafos...mas e os outros?Voyers de pouca
classe,esperando momentos para alfinetar a desgraça alheia e mesmo parodiar de
momentos tristes partilhados por todos.Na falsa amizade real, porque não faz
sentido amizades facebookianas que não existam na realidade,foram buscando nas
opiniões,nas decisões que sempre partilhei,motivos para achincalhar,usar no
realidade o que sempre sentiram: sentimentos repugnantes na minha vida,que não
concebo para orientação de percurso no meu dia a dia...
Assim encerrei o facebook.por tempo
indeterminado,porque por lá ficam muito mais os amigos e familiares que os
outros.E dos amigos e familiares já sinto saudade de gargalhar,de brincar e de
discutir,nesta aprendizagem diária que é a vida.
E o facebook tornou-se num grande abismo
pessoal,que me deixa a pensar se já só vivia num mundo virtual e a realidade era
uma mera visão...
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